De Volta para Casa: Meu Reencontro com Deus
Meu nome é Sandro Chequetto. Durante muitos anos, vivi como se Deus não existisse. Meus dias eram guiados pela pressa, pelo cansaço e por decisões que me afastavam cada vez mais da minha essência. Como tantos, eu achava que estava no controle da minha vida. Mas, na verdade, eu estava apenas sobrevivendo — anestesiado pelo álcool, mergulhado na solidão e tentando esconder a dor que gritava dentro de mim.
Quando tudo começou a desmoronar
Meu vício em bebida não chegou de uma vez. Veio aos poucos, como um visitante silencioso que entra pela porta dos fundos. Um copo para relaxar. Depois outro para esquecer. E mais um para suportar a realidade. Quando percebi, já não conseguia passar um dia sequer sem beber. Comecei a perder relacionamentos, amizades, respeito. Perdi a mim mesmo.
As noites se tornaram longas e vazias. A alegria era falsa, fabricada. E a solidão... essa era real. Mesmo rodeado de pessoas, eu me sentia invisível. Até que uma noite, sozinho em casa, embriagado e com o coração em pedaços, olhei para o teto e falei: “Se o Senhor realmente existe, me tira daqui. Eu não aguento mais.”
“Clamei ao Senhor na minha angústia, e Ele me ouviu.” — Salmo 120
O reencontro inesperado
Alguns dias depois, quase sem pensar, entrei na Igreja São Judas Tadeu. Era uma celebração simples da minha comunidade. Sentei-me no último banco, de cabeça baixa, com vergonha. Mas bastou ouvir os primeiros acordes do canto de entrada para que meus olhos se enchessem de lágrimas. Era como se Deus estivesse dizendo: “Você voltou. Eu esperei por você.”
Aquela noite mudou tudo. Comecei a ir à missa com mais frequência. Fui recebido, acolhido, orientado. O padre me ouviu, me confessou, me guiou. Descobri que a misericórdia de Deus não tem limites e que, mesmo nos meus piores momentos, Ele nunca desistiu de mim.
Uma nova vida, um novo sentido
A recuperação não foi mágica nem imediata. Tive recaídas, dúvidas, medo. Mas, desta vez, eu não estava sozinho. A oração diária, o terço, os sacramentos e a comunidade foram como escudos e armas contra tudo aquilo que antes me derrubava.
Deus me deu mais do que uma nova chance. Ele me deu um novo coração. Hoje, sirvo na Igreja, partilho minha história e tento ser um reflexo — ainda que imperfeito — da luz que me resgatou. Tenho paz. Tenho esperança. E sei que, mesmo diante das dificuldades, não preciso mais me esconder. Porque sou amado. Porque pertenço.
“Onde abundou o pecado, superabundou a graça.” — Romanos 5,20
Para quem precisa de um sinal
Talvez você esteja vivendo algo parecido. Talvez se sinta sujo demais, distante demais, fraco demais. Mas quero te dizer com toda verdade do meu coração: não há pecado maior do que nao aceitar o amor de Deus. Ele quer você de volta. E o caminho de volta começa com um passo.
Se eu consegui, você também consegue. Reze. Volte à igreja. Converse com um padre. Não espere mais. A paz que você procura existe, e ela está em Cristo.

Comentários